Vibe do Amor

Ideias de amor desinteressado

Queremos ser Arany Santana 13/10/2011

(Por Gabriela)

Ainda na trajetória de mulheres admiráveis, hoje, em homenagem ao aniversário de uma delas, falaremos de uma pessoa muito especial que além de ser minha tia do coração é um símbolo do Vibe. Arany Santana é uma dessas mulheres para a qual a gente deve bater palmas de pé. Natural da rica cidade de Amargosa/Bahia, professora, pedagoga, linda atriz, mãe maravilhosa, ela é fundadora do Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial 13 de maio de 1978 e Diretora do Ilê Aiyê que será objeto de outro Post do Vibe. Em 2004 assumiu a recém criada Secretaria Municipal da Reparação Social, sendo a única representante negra do governo municipal e com o propósito claro de corrigir injustiças que se perpetuam contra os negros na sociedade e em 2010 assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes). Hoje é diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias – CCPI (https://www.facebook.com/pages/Centro-de-Culturas-Populares-e-Identit%C3%A1rias-CCPI-SECULT-BA/255410127822397). É praticamente impossível mencionar todas as atividades desempenhadas por essa mulher de mil faces mas fica clara a sua marca, deixada no campo da educação e da valorização da cultura negra no Brasil.

O primeiro passo dessa trajetória foi fazer uma faculdade para se tornar professora de língua portuguesa e de história da África para o ensino médio por acreditar que a educação é o caminho para ascensão das pessoas. O seu compromisso foi dar aula para soldados de polícia, enfermeiras, camelôs, sendo eles jovens e adultos do período noturno, um turno marginalizado nas escolas. Além disso, ela também é especialista em Cultura Kikóongo e se tornou Assessora da Secretaria de Educação do Estado da Bahia em assuntos Afro na intenção de valorizar o negro e a importância da cultura negra dentro de uma sociadade economicamente dominada por uma minoria branca.

Entre os vários prêmios de reconhecimento do seu trabalho, Arany recebeu o diploma “Destaque Mulher” da Assembléia Legislativa do Estado, pela atuação nas áreas educacional e artística e no trabalho de preservação e divulgação da cultura negra, o Troféu UJAAMA – Mulher Destaque/97 – promovido pelo Olodum – pelos trabalhos realizados na área da cultura e do conhecimento e o Prêmio Itaú UNICEF pelo Projeto Pedagógico do Ilê Aiyê em 1996. Em 1995, também foi agraciada com o Troféu “Clementina de Jesus”, realizado pela UNEGRO, pelos trabalhos realizados em prol da Comunidade Negra, e, em 2004 recebeu a Medalha 2 de Julho da Prefeitura Municipal de Salvador.

Mas, no fundo, este Post é em homenagem aos meus avós, o marceneiro Buico e a costureira Áurea que criaram todos os seus sete filhos neste ambiente de amor e os ensinaram à valorizar suas raízes, suas conquistas e seu povo. Eles são a real inspiração para que seus filhos saibam, hoje, buscar suas verdades. Por estas e outras que nós queremos ser Arany Santana e a parabenizamos imensamente pela conclusão de mais um ciclo de vida. Por fim, deixamos uma frase dessa guerreira: Não tenho olhos azuis, nem verdes, mas tenho grande vivência e experiência, e acredito que podemos mudar esse quadro que aí está